segunda-feira, 23 de março de 2009

Continuando

Caro leitor, leitora, maluco ou desocupado. Ou tudo isso junto.

Explico: meu computador teve uma bela duma pane umas 2 semanas atrás e algumas coisas que eu havia preparado para colocar aqui foram perdidas. Um HD inteiro foi ao lixo. Os back-ups com fotos estão a salvo, mas preciso de um computer em definitivo pra subir elas num flickr. Não consegui nem ter coragem ainda para avaliar as perdas.
Por enquanto esse blog vai dar um break, tirar umas belas férias.

As atividades se normalizaram no blog antigo, o Saudade de Amanhã, que está sempre atualizado com aspectos do HOJE, que vivo em São Paulo.

Para você que acompanhou toda ou em partes a minha viagem, queria desejar um obrigado enorme. Se, de alguma forma, o que eu fiz no ano de 2008 te motivou, inspirou ou deu vontade de fazer igual, então meu objetivo foi cumprido. Contar histórias, causos e mostrar o que aconteceu comigo nesses tempos foi uma das melhores partes da minha viagem. Esse canal de relato/desabafo foi responsável por muitas alegrias e motivos que me inspiraram a tocar o barco e mandar bala até que o dinheiro se acabasse, como de fato ocorreu.

Continue entrando aqui de quando em vez porque vai que dá de cara com um link para uma nova galeria no flickr ou até mesmo uns textos, vai saber...

O que é certo é que ainda tenho muita coisa por contar, mas a vida real dá voadoras na minha porta diariamente e não dá pra ficar vivendo de passado, dessa viagem inesquecível. Penso muito na viagem, nas histórias, nas pessoas. Penso inclusive num livro e já separo alguns causos e episódios para ali serem contados. É o final de um ciclo, inesquecível, que fez desse ano de 2008 (ano do Rato, meu signo chinês) um ponto crucial na minha vida, nas minhas escolhas e nos meus ideais.

Pela chance de fazer essa viagem, pela oportunidade de respirar ares que não existiam nem na imaginação, pelos olhares que cruzaram meu caminho, pelas pessoas que dedicaram seu tempo para me ajudar sem sequer sonhar em obter algo em troca, pelos incontáveis pôres-do-sol, pelas risadas em diversos idiomas, pelos aprendizados incessantes, pelas amizades que duraram algumas horas apenas e por aqueles amigos que desejo saber por andam até o fim dos meus dias, pelos meus primeiros alunos, por ter aprendido a tirar um chopp e a fazer um dry martini ou um cosmopolitan, pelas tardes em igrejas, museus e parques, pelos piqueniques e pelos banquetes, pela carne de antílope e a de camelo também, pelas descidas de bike em Taormina vendo o sol nascer de um lado e o Etna escorrer lava de outro, pelas dicas sinceras, pelos favores impagáveis, pelos sorvetes de limoncelo, pelas folhas vermelhas do outono em Berlim, pelas zebras, girafas, búfalos e javalis que atravessaram diante da minha bicicleta, pela minha vontade de voltar ao Quênia e cumprir a promessa que fiz ao Serret de atravessar com ele a pé o parque Massai Mara até o Serengueti, na Tanzânia, em sua companhia e dormindo no chão com leões, pelos fiscais de imigração, pelas barganhas arábicas e irritantes, pelos rinocerontes e flamingos do lago Nakuru, pela Capadócia inesquecível, pelos amigos kosovares, pelo ramadã, por ter aprendido uma das línguas dos meus ancestrais, pelos anjos que me trouxeram de volta. Por essa transformação sem preço e da qual ainda desconheço a amplitude,

Infinitamente, obrigado.