sábado, 30 de agosto de 2008

Oia isso aqui ta muito bom, isso aqui ta bom demais....

Correndo, cyber em Palermo.
Cidade grande, muitas dominaçoes, muita igreja com influencia arabe. Capela Palatina, coisa linda. Teatro Massimo maravilhoso. Calor pacarai. Correndo que nem louco pra pegar o busao pra...

Corleone, ha capitto?
Noite doida, lugar intrigante e paisagens lindissimas!
Soh conto que a gente dormiu no meio de um monte de entulho de uma casa em construçao no fundao da cidade, o resto eh lenda...
Que nem as cinco letrinhas tabu: M _ _ _ A

Rumo a Cefalu, Enna e Catania...

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Harrison Ford non parla italiano, bello!

Na Itália não tem filme legendado nem no cinema, nem na tevê. Sim, pode ficar indignado ou achar que estou mentindo. Eles não ouvem inglês quase, talvez isso seja um dos fatores que ajudem a explicar a péssima qualidade do inglese parlado por aqui. Se não ouve sempre, não tem nem como ter um guia inconsciente de pronúncias e daí a compreensão do interlocutor vai pro saco.

Desde o começo da viagem, uma das perguntas do Data Mortara aos estrangeiros que tentam se comunicar em inglês era como eles comparavam o inglês falado pelos franceses com o dos italianos. A resposta pode surpreender: 67,66% dos entrevistados (precisão suíça, amici!) responderam que na terra da pasta é mais complicada a comunicação.

Acho que deve ter sido algum mecanismo mussoliniano criado para censurar a influência da cultura americana por aqui. E parece ter dado resultado porque, ainda segundo a mesma pesquisa, 81,34% dos italianos com nível superior completo não conseguem ler legendas com fluência e 78,53% deles acham que a qualidade dos dubladores compatriotas é alta e que não deve nada às vozes originais dos artistas.

Acho que as únicas amostras de legenda que eu tive aqui foram o filme Gomorra, que é falado em napolitano com legendas em italiano (velocíssimas, vale dizer) e uns programas da MTV gringa transmitidos pela MTV local.

Bom, tudo isso pra falar que eu não quero ver o novo Batman dublado em italiano. Pô, já tive o desprazer e frustração de assistir Indiana Jones parlando tutto sbagliato, transformando meu eterno herói Harrison Ford num boneco de ventrílogo. Não dá. Agora o jeito é segurar a vontade e esperar pra contemplar a já épica atuação de Heath Ledger quando voltar pro Brasa, no conforto da tevê 29” lá da sala de casa. Prefiro pagar o aluguel, a pipoca e a cervejinha. Dublado nem de graça.

domingo, 24 de agosto de 2008

Não vou mais em museu

Acho que faz quase 3 meses que não vou a um museu. Isso seria até normal em São Paulo, mas na Europa é meio estranho, né não? Pois sim, desde que aterrissei aqui em Taormina não fui mais a museu nenhum. Quando me dei conta disso até fiquei meio bolado, parece que eu virei um ignorantezão desde que pisei aqui...

Trabalhando um monte, levando bandejas e entrando e saindo da cozinha e sempre metendo a cabeça num arco baixinho que separa a cozinha do salão. Mas depois uma dessas topadas doloridas e de um galo que nasceu, me caiu a ficha. Moro numa cidade histórica, que tem mais de 3000 anos em suas esquinas. As paredes do Casanova são de milhares de anos atrás, nada pode ser derrubado, só adaptado. Os becos que atravesso, onde paro minha bicicleta. Tudo aqui é milenar ou mais, inclusive o maldito arco em que colido o coco diariamente. A conclusão é engraçada: eu tô morando num museu!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Madonna mia!

Não sei se a turma aqui da Bota descobriu a Madonna ontem ou se estão em escassez de hits, mas eu sei que não agüento mais só ouvir “Give it 2Me”. Nao toca nada alem disso. Pelamordedeus, desliguem essa música! Ouço, por baixo umas 7 vezes ao dia, involuntariamente, claro... Pega esse CD e “give it to me” porque eu tô precisando de um frisbee pra descontrair.

Pior que 3 a 0 é piadinha de italiano

Perdemos para Messi, Riquelme & cia. Perdemos não, fomos massacrados. Deu uma lembrança daquele dia triste em 98... Mas quando a seleção perde e você tá no Brasil, a conversa vai pra dois pontos só: como o Dunga é burro e como aquela turma usa salto alto. Mas quando você tá sozinho no estrangeiro com varias amizades cujo pilar mais forte são diálogos futebolísticos, tá na cara que você vai é ouvir piadinha pra caralho, mesmo que o time local já tenha perdido, ou nem tenha se classificado, como é o caso do Marrocos.

Os italianos malas me azucrinaram na terça e ontem também. Mas o pior é que o humor deles não tem graça. Sei lá, são latinos como nos, mas me identifico muito mais com o humor inglês ou yankee. Até o francês consegue um sorrisinho amarelo meu, mas o italiano... O jeito é levar na brincadeira e responder no padrão gambá e porco de argumentação, perguntando: quantos mundiais vocês venceram, mesmo?

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Cavando a gorjeta

Já disse aqui que gorjeta é que nem sexo: até quando é ruim é bom. Mas vou revelar em primeira mão alguns segredos da turma da bandeja para tentar tirar um extra do seu bolso, encarnando uma espécie de Mister M dos pingüins.

- Simpatia. Sorrisão sempre na cara. Regra número 1.
- Atenção na hora de pegar os pedidos. Quando chega tudo certo você já tem 50% de chance de abocanhar um plus.
- Ficar esperto para eventuais pedidos e de bebida no decorrer da refeição.
- Não se estressar quando perguntarem pela milésima vez onde fica o banheiro, ainda mais porque o restaurante tem apenas uma porta nos seus 30m2.
- Não demorar pra trazer a conta.
- É impossível saber quando alguém vai te dar gorjeta ou não. Tem cliente estranho que deixa e tem aquele simpaticão que leva até a moeda de 1 centavo. E tem também aqueles que enchem o saco, reclamam do serviço e acabam deixando. O cliente (homem ou mulher) tem a cabeça complicada e difícil de entender como a feminina.
- Torcer para a conta não vir em números redondos, tipo 20, 30, 40. Sempre picadinho. Valores com finais 1,50 ou 3,50 ou 7,50 são os mais propensos a darem gorjeta.
- Na hora de levar pro caixa, peça para dar duas moedas de 1 em vez de uma de 2, esse tipo de coisa que inconscientemente deixa o cliente mais propenso a largar ali procê.
- Faça uma campanha a longo prazo de conscientização da importância daquels trocados pra você. Faca as pessoas entenderem que ali pode estar o seu sorvete do dia seguinte, o cigarro (se você fuma) ou a cervejinha com os amigos.

Cavou?

Olha pra cima, olha

Sábado à noite rolou um eclipse parcial da Lua, coisa mágica! Vi nos sites que rolou no Brasil também, mas pelo que vi aqui ele foi mais intenso. Pena que tinha que trabalhar e não podia ficar no terração só olhando despreocupadamente. Mesmo assim, entre uma bandeja eu dava um jeito de espiar. E ia chamando os clientes desavisados para verem também. Nessas, teve dois moleques que não acreditavam que era um eclipse e achavam que estava enganando-os, que era apenas a lua minguante... Nego bobo mesmo.
Bom, da próxima vez, se um garçom chamar você para descer um pouco para ver um eclipse, desconfie. Ele pode estar cavando uma gorjeta com a simpatia e a ajuda dos astros.

sábado, 16 de agosto de 2008

Santa incongruência, Batman!

Esses dias no Casanova:

- Oi, vocês fazem lasanha?
- Sim, mas demora uma meia hora até esquentar o forno e preparar a massa...
- Mas é gostosa a lasanha?
- Sim, é bem gostosa. Ninguém nunca reclamou.
- Ah, tá bom. Me vê um copo d’água.
***
- O que desejam beber?
- Um bitterosso e um Baccardi Breezer.
- Baccardi não temos, senhor.
- Ah, então me traz uma Fanta.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Por favor, dê uma risadinha

Uma leitora do blog (falo assim para ficar mais chique, mas foi minha prima Anninha, mesmo) me escreveu um email dizendo que tava curtindo o blog, mas que sentia falta de coisas engraçadas. Eu gosto de rir, aliás, adoro rir. Mas como piada e momento muitas vezes não se traduzem (e fora que eu esqueço muita coisa, pura e simplesmente), acabaram faltando momentos divertidos aqui. Eu concordo. Acho que a leitora mandou energias hilariantes e a seguinte historia aconteceu ontem:

(Quando disse pra minha mãe que ia trabalhar como garçom, ela como boa mãe e conhecendo meus atributos de estabanado, já gorou dizendo que eu ia derrubar bebida em alguém. De fato, o fundo das bandejas de metal muitas vezes perde a película aderente e isso facilita o deslize de copos. Sim, mãe, eu já derubei um pouco de Coca na mão de uma cliente, mas era no meio da balada e não teve nenhum stress a mais, além de um “signora, mille scuse”.)

Sim, o pesadelo de um garçom é derrubar bebida em cima de um cliente, mas eu consegui fazer pior, mãe. Ontem tinha um aniversário lá no bar, uma menina linda, uns 23 anos e uma sainha super curta. Um monte de amigos. Chegou a hora do parabéns (por aqui mais conhecido como “Tanti auguri a te”), trago o bolo, com o nome dela escrito em cima. Começam a cantar. Saio, entro no bar, pego o balde de gelo com 2 garrafas de pro-secco, acendo o foguetinho (daqueles que ficam soltando estrelinhas). Quando chego na mesa, o gelo já quase derretendo não segura mais o foguetinho, que começa a afundar sob os gritos de “ai, ai, cuidado, cuidado!”. Consigo apoiar o balde e ressuscitar o foguetinho já quase afogado. Todos riem, eu também.

A guria está quase apagando a velinha quando vou abrir o champanhe. Muita gente do meu lado, de repente a rolha começa a sair antes do previsto. Na hora em que fui virar pra ejetar a rolha, a doida abaixa e assopra a velinha. Sim, mãe, consegui estourar a champa no olho da aniversariante. Não bastasse isso, com o susto ela acabou perdendo o equilíbrio e enfiando a mão esquerda no bolo. Acho que perdeu a sensibilidade da mão naquela fração de segundo, pois quando foram acudir ela colocou a mão suja em cima do olho. Daí já viu, né?

Nessas, o foguetinho afundou, juntou a balada inteira em volta e gargalhadas começavam a se ouvir. A moça era bem humorada e, mesmo com o rosto emporcalhado, tudo virou piada.

Por que viajar? Pra ter certeza de que tem algo pra lá da Ilha Porchat.

Choveu, meu rei!

Mas não foi água não. Já faz mais de 3 meses que praticamente não chove aqui na Sicília. Eu mesmo só vi uma chuvinha de 5 minutos em Catania há uns 15 dias. O corpo sente falta, juro, é estranho mas aqui eu sinto muito mais falta do que quando caminhava pela Juscelino Kubitschek. Mas se o corpo continua sentindo, os olhos foram bem abastecidos já.

Na noite do dia 11 para 12 de agosto o céu se encheu de estrelas e choveu uma porção delas. Eram rastros do meteoro X que tinha se esfarelado alguns dias antes. Cheguei em casa lá pelas 3h30 excepcionalmente, todo suado, e quando vi tava de cueca no terraço na espreguiçadeira olhando pro céu. E como é de Deus esse negócio. Vi mais de 10 enormes na meia horinha que agüentei acordado, inclusive a mais brilhante e longa que já vi na vida. Pensei em pessoas especiais, desejei coisas boas, como de praxe.

Que chova mais, San Pietro!

domingo, 10 de agosto de 2008

Uma mão sua

Caro parente ou caro amigo (porque todo mundo que lê isso aqui ou é parente ou é amigo ou é louco com tempo sobrando),

Queria contar um pouco dos planos da viagem e ver se alguém pode dar um pé na roda nos próximos passos.

- Dia 2/9 saio da Sicília rumo a Albania, de lá devo passar um mês entre Croácia, Sérvia, Bósnia e Herzegovina, Montenegro, depois seguir rumo a Munique para tomar um choppinho.
Vamo lá: queria saber se alguém conhece alguém nesses lugares? Ou alguém que conheça alguém que tenha ido pra esses lugares? Ou alguém que vai estar nesses lugares?

- Estou precisando achar programas de voluntariado lá por essas bandas. E principalmente em Israel para o final de outubro. De kibutzes eu já tenho varios contatos, mas to caçando alguma ONG de direitos humanos ou educação infantil... As mesmas perguntas do item acima valem para esse daqui.

Bom, essa é primeira vez que peço uma mão publicamente por aqui, mas é que acho que pode ser um bom meio de não morrer na praia no sites de voluntariado que não respondem e não ajudam a esclarecer.

Se tiver alguma idéia, sugestão ou quiser me falar que esses lugares são muito perigosos e que a Giovani Gronchi ou os Jardins são mais seguros, mande um email para felipemortara@gmail.com

Mas é claro que se eu não arrumar nada antecipadamente vou de qualquer jeito.

De qualquer jeito, valeuzão,
uns abraços e uns beijos.
Té mais

sábado, 9 de agosto de 2008

Cliente amigo do garçom

Dicas para fazer um garçom felizinho, ou menos puto:
- Quando terminar, coloque os talheres juntos, com a serra da faca encostada no garfo. Isso é uma mão na roda pra gente não pagar mico.

- Não fique rasgando, picotando e queimando papéis, guardanapos e pedaços da toalha. Depois alguém vou ter que limpar.

- Não fique se sentindo um consumidor lesado e menos querido só porque eu esqueci que você queria 3/4 e não 4/5 de limão espremido na sua água com gás.

- Não fale baixo, alguns garçons escutaram muita música alta na adolescência.

- Não fique procurando no cardápio um prato ou um coquetel com aquele item que você sabe que deve estar em falta, como salmão defumado, ovas de peixe, cachaça 3 irmãos de Salinas, raspas de casca de lagosta do Delta do São Francisco...

- Não seja o último cliente. Principalmente se os garçons e o dono estiverem esperando só você há mais de hora. Tenha certeza de que enquanto pensa qual vais er seu discurso pra fazer ela subir pro seu apartamento, estarás sendo zicado por várias almas que dariam qualquer coisa para estarem dormindo, sozinhas e profudamente.

- Se o dono cochilou é porque você realmente já foi passado pra categoria de cliente mala e indesejado.

- Dê gorjeta sempre, por mais que você saiba que o garçom está pensando tudo isso. 5 euros a mais, 5 euros a menos podem fazer ele tirar seu nome da macumba.

***
Carmen, a dona do bar, ronca em cima de uns pufs enquanto escrevo essas palavras e espero os malditos últimos clientes para eu poder faxinar. São 4h58 AM e chegamos ontem às 20hs... Detalhe: Mariana, minha colega retrada na coluna "Pessoas" (ao lado) deu 5 minutos e pediu demissão lá pelas 21 hs. Pois sim, é a prova de que o humor romeno é instável mesmo. Moral da noite: trabalhei sozinho por dois. Muita bagunça hoje, cansaço. Lado bom: não ter que dividir gorjeta...

Essa uma campanha da Abrinq para conscientização do cliente amigo do garçom.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

A brasileira no ônibus

Só ouvindo o diálogo dela com a amiga no telefone.
- Meu amor, o que eu quero é fazer dinheiro.
- ...
- Ontem eu arrasei, cheguei toda linda, de vestido preto, todo mundo babando...
- ...
- Ai, o bofe queria me levar pra Roma, mas eu não sei né? Tenho que ir pra onde se pague melhor...
***
Às vezes é bom não ter cara de brasileiro.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

O vulcão, o tsunami, o trem e o distraído

Morava ao lado da linha de trem em Catânia e não tinha estação perto, ou seja, os trens passavam rasgando. Um belo dia, relaxando num dia quente em que o Etna aparentava grande atividade eu olhava admirado. Mas com suor escorrendo atrás da orelha resolvi tomar uma ducha. Lá estava eu inocente e indefeso no chuveiro, pensando em nada quando começa um estrondo fabuloso. BRRRRRRRUUUMMMMM. Dei um pulo pra fora do box e por um segundo pensei: FUDEU! O vulcão explodiu, caralho!
Aham, bastou mais um minuto pra eu me ligar que era o trem e perceber que molhei o banheiro à toa.

***

Sábado passado, descendo a pé do trabalho pra casa, de manhãzinha passei perto do camping, num lugar belíssimo. Embasbacado pelo visual do Etna (outra vez ele) ao amanhecer, fiquei bem zen. Pensando em nada de novo. E pronto: BRRRRRRRRUUUUUMMMMMM! Sorte que não tinha nenhum carro passando. Pulei da calçada pro meio da rua e por um segundo pensei que era um tsunami. Ainda bem que ninguém viu...
Mas não deu, tive que contar pra galera do trabalho porque não podia rir disso sozinho.

O vinho é a conchinha engarrafada

Vinho embala sono, conduz
Vinho amigo de Morfeu
Oh nobre líquido da água transformado
Saibas que és substituto do pecado

Roubando a frase imortal
De Vinícius irreal
Vou ao leito sozinho,
Infelizmente só com o vinho

Ninguém para encaixar de conchinha
Ninguém para rir de uma piada
Rumo a uma noite sozinha
O vinho eh é a conchinha engarrafada

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Macarrão na Itália não engorda

Contrariando todas as leis da física, aqui na Itália (não sei é só no sul) carboidrato não engorda. Pois é, te digo que a balança acusa que emagreci 7kg em quatro meses. E olha que eu tô comendo massa. Dica pros gordinhos: quer emagrecer, viaje. Pode comer pizza, bacon e queijo que emagrece mesmo assim, fica tranquilis. Pô, taí, posso vender Herbalife quando voltar pro Brasil.
...
Tchau, a água já ferveu.
***
Em tempo, familiares preocupados me escrevem por e-mail. Não fiquem! Saí do Brasil 10kg acima do meu peso, 7 quilinhos foram um belo lucro já. Tô saudável, acho...

domingo, 3 de agosto de 2008

Empacotou no aniversário e juntou mil no funeral

Jovem, 37 anos recém completos no dia 1 de agosto, figura simpática e popular na pequena, histórica e bela cidade de Taormina, na Sicília. Assim era Tanino di Vella, mais conhecido como Billy, proprietário de um bar com o mesmo nome da praça da catedral. Mas foi com um inesperado e fulminante infarto do miocárdio que Tanino fez o pequeno povoado e as pessoas que sempre alegrava amanhecerem tristes. Ninguém se conformava com a morte do jovem, ainda mais no dia de seu aniversário.

Cerca de mil pessoas acompanharam o cortejo que percorreu as estreitas vielas da cidade. O caixão com o corpo foi retirado do enorme carro funerário prateado da marca Mercedes Benz e carregado no ombro por 6 amigos, que aparentavam cansaço após 300 metros.

Por ser proprietário de um dos mais populares bares da cidade, Billy era conhecido de muitos moradores e fazia amizade fácil, tendo atraído também dezenas de turistas ao cortejo. Pessoas trajando roupas que iam do preto à camisa florida e bermuda deram o tom do cortejo que reuniu uma multidão nesse dia em que a cidade ficou de luto. Uma tristeza sem tamanho.

***
Sempre quis escrever uma notícia ao estilo do falecido e saudoso jornal Notícias Populares ou do atual e pouco conhecido Diarinho de SC. Na verdade sempre quis criar uma manchete inesquecível e sarcástica e como não conhecia o tal Tanino, confesso que foi mais fácil tentar. É tudo verdade. Comente: ficou muito forçado?

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Trêis mêis

Primeiro de agosto, 3 meses de Itália.
Ontem, dois fantásticos elogios.

# De dois senegaleses no busão:
- Você é siciliano, não tenta me enganar com essa de brasileiro. Brasileiro é o Ronaldinho, você tá tirando uma com a nossa cara.

# Do lava-pratos tunisano do restaurante:
- Seu italiano é muito bom. Há quantos anos você tá aqui?
- Deixa eu ver... 3 meses amanhã.
- Mentira!
(siliêncio)
- E nunca tinha falado italiano antes?
- Só bongiorno, buona sera e buona settimana com minha família. Mais nada.
- Nossa, você é estranho.

Sei lá, tá divertido ser estranho.

“Essa juventude...”

Não sei o por quê, mas a terceira idade desperta em mim uma admiração interessante. Tenho um prazer em clicar, e principalmente em ouvir. Desde a minha avó até o veterano peixeiro do mercado. Quanto saco para agüentar esse mundo e os problemas que jorram dele como palavrões das arquibancadas de um estádio. Muita paciência e sabedoria são necessárias para estar há tanto tempo na Terra, lutando. Eu respeito demais. Confesso que, sempre que o calor permite, sento junto com eles nos três degraus na frente do Duomo e fico ali assuntando, ouvindo os justos resmungos e insatisfação com os jovens de hoje.

Eu, como jovem de hoje, queria poder caminhar no tempo uns 40 anos só pra entender o ponto de vista deles. O que tinha ontem que não tem hoje? E o que tem hoje que eu vou dizer que não tem mais daqui há 40 anos, quando chegar a minha vez de sentar nos degraus do Duomo para resmungar?












Na minha modesta opinião essa última foto ficou bem batuta, supimpa, chóptchura, entre outros adjetivos bacanudos que meus avós deviam usar quando tinham a minha idade.