quinta-feira, 30 de outubro de 2008

A copia do email pros meus pais

Recebi muitos emails de apoio e desejando boa sorte desde que cheguei aqui na Africa e coloquei o post abaixo. Entao faco questao de responder a voces com um email tambem.
Saudades
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Queridos, bom dia!

Preciso escrever mega rapido, so
Sorry nao responder seu belo email a altura... voce sabe como sao esses cybers e os rushs dessa vida. Estou em Home Bay, num cyber muuuuuuuuuuito quente, dormi na casa do pai do victor, o michael e agora estamos indo rumo a RUSINGA ISLAND, que eh onde vou ficar com ele e a esposa Jen. Victor mora em Kisumu, ha 4 horas de viagem pesada de onibus daqui. Kisumu eh a 3a maior cidade do Kenya. Nao achei protetor solar aki, vou pedir pro victor procurar isso em Kisumu e trazer no final de semana.

OK.

O trabalho eh numa escola de high school ateh 19 anos em que o pai do victor era diretor. Nao tem home page, nada disso... Tem meu telefone que vale tanto qaunto o do Victor.

Meu numero eh: 00 254 734 689 650 e deve funcionar na ilha. De vez em quando tem gerador la pra carregar a bateria do celu e soh.

ATENCAO: LA NAO TEM NEM LUZ ELETRICA, INTERNET PROVAVELMENTE SOH DAQUI A 12 DIAS (13/11), QUANDO DEVO VOLTAR AQUI A HOMA BAY (A UMA HORA DE RUSINGA ISLAND).

Estou tendo momentos de grande choque, mas coisas belissimas estao rolando tambem! O povo eh muito bom comigo.
Andei sozinho ontem um pocuo pelas redondezas da casa do michael e foi bem sussa. todos falam olha o Mzungu (o branco), mas depois de um sorriso e umas palavras ficam bem docs e curiosos.

Saudades, e beijocas mil
Filhote

PS: o busao indo de Nairobi pra Kisumu tava a milhao numa reta quando freiou bruscamente. Toos aflitos olharam pra frente, curiosos e assustadissimos. Do meu lado esquerdo passa um casal de zebras que acabava de atravessar a estrada. Estavam apavoradas. Nossa, dae comecou a cair a ficha de onde estou. Antes eu soh tinha visto jegues e cachorros cruzar meu caminho...

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

A culpa é sempre dos outros

Pronto, pus a ultima leva de fotos do Kosovo. E você que é leitor, mas não fica olhando as coluninhas da direita deve até estar pensando que por lá eu continuo. Pois é, você que leu dois post abaixo e viu como o Vanderlei Cordeiro de Lima zicou indiretamente a produção de conteúdo, aqui vai um mea-culpa.
Na verdade é um altrus-culpa.

Sim, eu tava com a mão ruim, mas podia ter tentado por mais fotos pelos menos, talvez as do Kosovo, que ja tavam prontas e legendadas, mas não. Apareceram pessoas no caminho, pessoas, elas sempre elas, a razão da minha viagem. E pessoas tem idéias, e pessoas falam, e eu falo também. E tudo isso requer tempo. E foi isso o que faltou para dar um tapa aqui no blog com calma e carinho que você, leitor (nossa, adoro uns editoriais de revista femininas), merece.

Acabei de fazer as contas, e saquei que deixei o Kosovo no dia 23 e setembro, ou seja, há mais de um mês. Eu até que estava indo bem antes, com uma semaninha de delay só, até eu às vezes acha que estava up to date ou live. Mas daí desandou a coisa. E paciência.
Na hora que der, vou escrever, mas é muito universo novo atrás do outro. Imagina escrever sobre a Turquia quando já se está em Berlim? Pois é, não to reclamando, podia tá escrevendo matéria paga sobre loja de decoração da Teodoro Sampaio e com chefe chato pra editar. Eu sei disso. Tô é feliz por ter tanta coisa legal pra escrever, mas vai ficando pra depois.

Pelas minhas contas ainda quero falar de Turquia, Grécia, Berlin e Londres. e mais episódios e mini-crônicas sobre pessoas desses lugares, que quero dividir com vocês.
Mas dá pra falar sobre a Tate Modern estando num hoteleco no centro de Nairobi? Não é melhor sentir e pensar o lugar onde se está?
O que você (é, você mesmo, meu amigo, parente ou desocupado) acha?

Hotel Central Park, Downtown Nairobi, Kenya, 03h18am

PS: a partir de agora vou deixar atualizada só a coluna dos lugares por onde já dormi, o resto fica muito fora do compasso demais. Talvez quando tiver mais net, menos gente interessante e mais tempo elas voltem a ser atualizadas. Obrigado por me ler.

Live from Kosovo - Parte 3/3

Primeiro clique em Prístina, primeiras impressões. Muitos gatos, muito lixo. Até nos olhos dos felinos se percebe que o lema aqui é sobreviver.

Atentos a tudo e a todos, os corvos infestam o país. Vigiam os que estão embaixo, conectados com a necessidade de se alimentar e procriar. Gritam e irritam. Alguns dizem até que por aqui os corvos de verdade são brancos e andam em Toyotas da mesma cor, com duas letras impressas na porta.

O que é colonização nos dias de hoje?

E tome duas horas ouvindo esses cidadãos pregarem o Islã, exaltando o Ramadan e os ensinamentos do Profeta. Ele leu e releu o ensinamentos, mas confesso ter entendido muito pouco. Primeiro dia em língua albanesa.

Recém nascido, com originalidade e vitalidade de quem percebe o quão precioso é o direito de (re)viver.

Bardh, meu primeiro chapa kosovar, e a namorada Tonjeta (se lê Tonieta), na pracinha em que os conheci matando tempo fazendo uns cliques. Aqui, inglês se aprende ouvindo gangsta rap e Linkin’ Park. E o dele era bem bonzinho.

Chá pra tudo, em especial para matar o frio, que nem o aquecedor consegue direito.

E você, o que vê nesses olhos?

É esporte nacional da terceira idade masculina jogar xadrez. Cada um leva seu tabuleirinho de feltro enrolado e as partidas se estendem por horas. Tentei jogar uma partida contra um desses feras e fui absolutamente massacrado em poucas jogadas, como nunca antes na minha vida de Kasparov tropical. Comecei ali a aprender minhas primeiras palavras em albanês, mas confesso que só o “obrigado”, a aparentemente simples palavra “faleminderit”, demorou uns 3 dias pra entrar na cachola.

Tem em tudo quanto é lugar, mais do que pomba.

Na Alemanha ou no Kosovo? Você diria que são muçulmanos? Que tal repensar seus estereótipos?

Destruindo a velha e surrada escola de contêiner porque...

Os americanos construíram uma nova pra gente, de alvenaria, com pintura e até uma bandeira deles na porta.
Destruindo a velha e surrada escola de contêiner porque...

A termelétrica deixa um perfume delicioso para os moradores da pariferia de Pristina

A diversão dos meninos grandes da periferia é o carrossel que premia quem conseguir pegar o já surrado macaquinho de pelúcia pendurado. O prêmio? Mais uma volta, de graça, para tentar a sorte de novo. Doce ilusão.
O futuro

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Live from Kosovo - Parte 2/3

Guerra é bom pra economia, diria George Walker...

Jack, Professor, Michael e o Dinamarquês esquisitão: o segundo velhinho é um dos caras mais respeitados e ensinou muito sobre os hábitos e a cultura dos kosovares. Conseguiu nos levar ao primeiro museu nacional, que ainda será inaugurado daqui há alguns meses.

Fumaça ao fundo da cidade, só um terreno baldio pegando fogo, mas dá para ter noção do que eram os alvos atingidos nos bombardeios de 1999.

Polícia da ONU: mais um carro para a coleção de automóveis-marketing internacionais. Essa polícia não possui hoje, de fato, nenhuma autoridade nem legitimidade para reprimir ou coibir quaisquer tipo de agressão ou infração.

Armas de guerra, brincadeira inocente nas futuras peças do novo museu.

Adem Jashari uma espécie de herói nacional. Líder do Exercito Republicano do Kosovo, lutou com mais um parceiro para proteger sua casa de 70 soldados sérvios, dos quais matou quase metade antes de ser executado. Potencial enorme para Che Guevara dos Bálcãs à medida em que a história for contada. Já há dezenas de livros e camisetas com sua imagem.

Nas grades do parlamento fotos das vítimas dos conflitos de 1997 a 1999. E muitas flores frescas, prova de que a dor não se apaga com os anos.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A zica de Vanderlei

Galera,
esse blog parece que perdeu o pai, né não?
Mas né nada disso não.
Numa inesperada e adrenalizante empreitada para imitar o martir do padre irlandês nas Olimpiadas de Atenas, em 2004, eu adentrei ilegalmente o estadio olimpico de marmore da cidade supracitada para uma memorável volta olímpica ao melhor estilo Vanderlei Cordeiro de Lima. E foi incrível, acreditem. No entanto, sem meus oculos nao pude distinguir ao longe quem eram as pessoas que repentinamente apareceram na grade. Cagao como todo bom infrator, deduzi que eram "us hómi" e corri mais ainda pra pular a cerca. Moral da historia: pus a mao de mal jeito, machuquei ligamentos, nao senti nada porque tava adrenalizadissimo, fui encher a cara com os amigos, capotei no hostel e acordei as 2 da matina chorandod e dor e rumei pro hospital.
Por isso tenho ficado longe do computer. Pelo menos 10 dias de tala ate meio ante braço.
E se voce, por acaso, for brasileiro, tiver de bobeira ou afim de que algo ruim aconteça com voce, basta correr nas imediacoes do estadio olimpico de atenas. Eu agarantio.

Catando milho no teclado, eu me despeço com saudades. E vontade de contar muita coisa.

PS: claro que tem foto disso e que vou por assim que der... ainda faltam as do Kosovo, não esqueci não.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Live from Kosovo - Parte 1/3

Pronto, finalmente temos imagens kosovares. Fiz uma pré-seleção e deu muitas fotos. Dei uma enxugada e ficaram umas 35. Diminui o peso delas no photoshop uma por uma e aqui vai uma parte. Quem tem blog sabe como dá trabalho subir tudo isso de imagem, ainda mais com uma conexão de um pininho de wi-fi roubado do vizinho, mas isso é problema meu. Bom, dividi tudo em 3 partes e deixo vocês agora saboreando a primeira. Vou tentar atualizar as colunas da direita. Por favor, emitam opinião sobre as colunas da direita. Supostamente elas são as que estão mais up to date na viagem.

Gostaria de dizer como quem não quer nada que realmente gosto demais quando aparecem comentários (aqui) e emails inesperados (no meu gmail). Então, se você se considera uma pessoa inesperada, apareça porque o viajante aqui se entretem demais. E pensa muito, muito mais do que você pode imaginar, nessas pessoas improváveis e de alguma forma importantes.


Junto com os amigos Edo, Tonjeta, Bardh e Suad curtindo um heavy metal de Pantera a Soufly (eu juro!) no Prístina Rock Bar. Tudo isso, claro, enchendo a cara de... chá com bolachas! Tinha que mostrar a prova. Balada surreal de Ramadan.

Suad, meu chapa com cara de chicano, matando tempo nas entediantes tardes de Prístina.

Imagem para descontrair: sósia kosovar do meu irmão Eduzinho Stryjer junto com uma van da cerveja Foster’s (ele era o representante) com uma fotona do Kelly Slater impressa. Cena surreal para uma cidade há 700km do mar e que bebe menos cerveja que a minha amiga Cíntia Lucas. (Aliás, saudações a Slater pelo seu nono título mundial. Dou graças a deus por já tê-lo visto surfar em Pipe com meus próprios olhos.

A ponte de Mitrovica separa dois países numa mesma cidade: Sérvia e Kosovo. E sim, há tensão.


Sem gracinhas na ponte.


No lado Sérvio da ponte você parece estar na Sérvia (ortodoxos), tanto pelas placas dos carros, como pelas agencias do correio, que não são as mesmas que prestam serviço aos kosovares (albaneses / muçulmanos). A pichação na parede ajuda a constatar isso.

Futebol entre grades no bairro sérvio.

Sim, eles acompanham os noticiários e tomam partido.

Gerador é um dos itens mais presentes no comercio de Mitrovica. Instabilidade de republica nova, sabe como é?

Uma das poucas igrejas intactas após o bombardeio das forças aliadas da OTAN. Estima-se que cerca de 86 foram completamente destruídas em todo o Kosovo. Sim, eu disse “aliadas”.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Na terra de Fernanda e Oswaldo

Antes de falar do Kosovo eu devıa ter colocado esse texto sobre o paıs vızınho em que passeı alguns poucos, mas belos dias. O texto ja tava pronto ha muıto tempö, mas para dımınuır essas fotos no photoshop eu levo algum tempo e nao havıa baıxado todas da camera aında, por ısso segue atrasado, mas segue. E o Kosovo, maıs aprofundado, ılustrado e explıcatıvo vem nos proxımos posts. Divirta-se, leitor.
Não existe na Europa uma nação mais verde que o Montenegro. É impressionante a quantidade de florestas, rios e montanhas preservados. A cada curva da estrada você se pergunta onde vivem aquelas pessoas que passam pela rua, talvez em alguma casinha escondida no fundo de um bosque. Com as temperaturas despencando e o outono chegando sem dó, as folhas adquirem múltiplos tons antes de fazerem o anual skydive sem pára-quedas e isso é lindo. Diferenças entre as estações quase não existem na minha terra e esse fato justifica fotos de folhas sem muito critério.
Fıapo de sol entre as nuvens. Esse eh o lado pequeno do fıorde.

Só com palavras eu consigo provar que Kotor é um lugar de cair o queixo. O mar beija a terra em praias com areia e água transparente, verde esmeralda, “ainda mais bela que na Croácia”, dizem os montenegrinos, arrastando a sardinha para si. E do mar sobem fiordes altíssimos, que vão entrando em baías recortadas que tornam o cenário uma espécie de lago gigante de água salgada. Lá de cima dos fiordes a impressão é de que o mar é uma calma lagoa de verde impressionante. Mesmo com o tempo nublado não havia a menor dúvida disso.
Galera Croacıa-Montenegro: Yan, Catarına, Isabel, Ross, Steve, Lara, Oda e eu

Kotor fazia parte do reino de Veneza, e sua cidade velha (Stari Grad) está entre as mais belas do mundo (patrimônio da UNESCO, claro) e seu castelo do alto do fiorde, a 530m, é um espetáculo de paciência e estratégia de construção. Muito fôlego para subir a hora de escadaria morro acima, mas o visual compensa a cada instante.

Tıa Vucaçava, mega hosptaleıra e gente fına

Em Kotor arrumamos um quartinho na casa da simpática dona de casa Vukacava (pronuncia-se Vucaçava), que me adorou e só ficava repetindo meu nome: Filiiiipe, ohhhh Filiiiiipe. Depois fui descobrir que é o nome mais comum do pais, mais até que João ou José. A comunicação era complicada e dá-lhe mímica e livrinho de frases em sérvio, que no fundo não salva não, pois sempre que você precisa “daquela” palavra, não acha. Mas os montenegrinos são o bolso balcânico mais easy going, considerados pelos vizinhos como preguiçosos e desocupados. Não, não vou dizer que é a Bahia dos bálcãs, meu rei.

Clımınha relax


Vısual de cıma do castelo, a 530m, mas o fıorde sobre maıs aında
Sobe, sobe fılhote

Jantamos num restaurante com sardinha e lula frita por um preço bem honesto e comer alguma proteína que não seja salsicha me animou muito, fora que tava bem bom. Ah, há quanto tempo eu não comia num restaurante, de sentar, chamar o garçom e deixar gorjeta...

Vaı um hamburgao sarado???

Realmente o leste é muito mais barato do que a Itália e estou conseguindo manter, com transportes, uma media de 30€ por dia de gastos. Isso é bastante pouco, considerando que o guia Lonely Planet orça 50€ diários pra essa região. E o rango que vai aparecendo compensa muito. Tipo hambúrgueres sarados por 1€ e Coca e cerveja de meio litro por 60 centavos.

De Kotor a galera seguiu rumos diferentes. Ross e Steven voltaram pra Croácia. As portugas (elas mesmas se chamam assim, é carinhoso tipo “brazuca”) rumaram a Belgrado, o galês Yan foi direto pro Kosovo, eu e Oda, a argentina sortuda, rumamos pra Cetinje (pronuncia-se Cetine), a antiga capital de Montenegro. Chegamos lá embaixo de uma chuva desgraçada que caía e parava por alguns instantes, céu sempre carregado. A temperatura foi baixando. Minhas roupas de verão se mostrando completamente inúteis e meu único moleton, que eu achava grosso e potente, está fazendo cócegas nesse frio. Agora a missão é achar um casacão potente e barato.

Frutas tipicas

Cetinje tem cara de cidadezinha do Canadá, mesmo que eu nunca tenha pisado lá, e as folhas de mapple no chão me lembravam disso. Calmo, muito calmo demais e pruma cidade que já foi capital, 12 mil habitantes é praticamente deserto. Tem um monastério lindo, com belos ícones pintados a mão e restos mortais de vários santos, como João Batista. Acho essas coisas meio bizarras. Local de peregrinação, apesar de ver pouca gente por lá. Com esse frio, é necessário crer e ter fé. As pessoas são muito devotas e passam horas diante das imagens.

De brınquedo?

Tem um parque bem bonito e cafés que parecem ser aconchegantes com um certo calorzinho. De resto, nos enfornamos dentro perto dos aquecedores e entornamos chá a rodo. Logo na chegada a Cetinje conhecemos Marine, uma francesa que fez teatro e estava viajando sozinha. Ela queria pegar uma trilha pra ir a pé de lá até Kotor, sempre sozinha. Depois louco sou eu... No fim, achei um lugar pra dormimos nos 3 por 40€. Era um quarto de hospedes de uma casa de uma família simples e simpática, com duas meninas de 21 e 23 anos que faziam faculdade na capital Podgorica (pronuncia-se Podgóritsa) e falavam um inglês suficiente para nos entendermos. A geração comunista domina apenas o sérvio e não fala um A da língua da rainha, só arranham um nadinha de Russo e Alemão. Já a nova turma tem boas aulas na escola e parece que a língua será cada vez menos uma barreira para os viajantes que pisarem por aqui. Ah, vale destacar o susto que levei quando entrei no quarto e sobre o armário da cozinha estava exposto com pompa um revólver calibre 38. Fique morrendo de medo daquilo e resolvi tirar dali, pois vai que dá um terremoto, aquilo pode causar um acidente. Guardei na gaveta. Não sei que simbolismo tinha aquilo, mas resolvi dizer ao dono da casa que por não achar seguro, guardei. Ele começou a rir e me mostrou que era de brinquedo, do filho deles, e até as balas fakes dentro do tambor eram de ferro. Fiquei chocado.

Catedral ortodoxa de Podgorıca, em reformas

Choveu em pancadas assustadoras, mas mesmo assim, durante algumas brechas de sol demos uma passeada e saímos de casa. Cozinhamos uns macarrões e sopas, óbvios. Passamos ali duas noites. Depois seguimos para a capital mais sem cara de capital do mundo, Podgorica, onde Oda rumou para a Albânia, com destino à Grécia e eu fiquei dando rolê o dia todo pra esperar um busão pra Prishtina, capital da Republica do Kosovo, que partia às 21hs. Nesse meio tempo comi um maravilhoso sanduba de frango grelhado e um outro com um dos melhores presuntos-cru da vida. Tudo isso regado a cervejinha de 60 cents meio litro. Conheci um garoto polonês, o Vodo, que estuda geo-política e faz uma tese sobre a independência de Montenegro. Ficamos tomando uma breja, ele me deu altas informações e facilitou a compreensão de questões da nação.

O ônibus de 9 horas para Prishtina já é uma outra história. Junto com o Kosovo, que deıxou a todos curıosos...

PS: o título desse post é só para que todos percebam de vez que eu não sou criativo e consigo sem esforço redigir coisas medonhas. O senhor Dedé Laurentino tinha razão quanto à minha falta de criatividade. E essa é mais uma prova disso.