segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Todos os caminhos


O ditado é verdade, eu conferi na prática. E em Roma fui parar de novo, depois de 3 meses na Sicília e de 11 arrastadas horas de trem de Catania. Nos olhos a saudades da minha ilha, da minha famiglia siciliana, dos bons amigos (sim, Max, estou falando de você) e do meu primo que foi promovido a cargo de irmão.

No fundo o principal motivo para o qual voltei pra Roma foi para tentar meus vistos para Bósnia, Albânia, Servia e Montenegro. Mas no fim das contas só rolaram os dois últimos. O consulado da Bósnia é uma portinha de ferro e só trabalha um triste e mal educado funcionário, dá pra acreditar? Ia demorar uma eternidade para sair o visto e precisava de uma famigerada carta de um cidadão bósnio autenticada na prefeitura e enviada para o consulado em Roma. Ou seja, dancei. E no da Albânia (troféu na categoria Estabelecimento Diplomático Mais Mal Cheiroso da Viagem) me disseram que demoraria 15 dias. Então o jeito foi pegar o da Servia e o de Montenegro e zarpar.

Minhas anfitrias

Fiquei 4 noites na casa das queridas mineiras Mari e Luciana, que conheci em Taormina. Lu está fazendo um curso de gastronomia e já é disparada a melhor piloto de fogão da viagem, prova disso foi o sensacional arroz com feijão-bife-batata que preparou pra gente uma noite. Clima gostoso e um chuveiro que parecia a nave da Xuxa, tinha até telefone e radio dentro, fico devendo a foto.

Mari surpresa com o clique ao por do sol

Depois reencontrei o Denis, meu amigo que é guia da cidade e, especialmente do Museu do Vaticano, que havia me hospedado da primeira vez e que acabou me hospedando de novo por 3 noites, pois as meninas estavam mudando de casa e super enroladas. Nisso tudo, inclua muitas voltas pela cidade de motoca com tour exclusivo e muitas novas informações para tentar ir completando minhas lacunas da visita anterior. Foi bárbaro. Lugares de que nunca havia sequer ouvido falar, nem nos guias ou na net, coisa que só sabe quem conhece. Daí senti a necessidade de me interar de muitas coisas de São Paulo, das quais sempre ouvi falar, mas nunca fui atrás. Só pensei: onde eu levaria um gringo? O que eu contaria? Onde ninguém mais levaria?

Denis combinando mais um tour. Deve ser maluco ser sua propria secretaria.

Antes de partir procurei os familiares, mas estavam todos na casa de praia em Fregene, exceto Marinella, que eu não havia visto ainda. Passei algumas boas horas papeando na sua casa e a achei bem forte e com lapsos de memória bem menores do que os alardeados pela família. Me mostrou um livro sobre a Puglia e sua arquitetura e fotos antigas da família. Isso foi sensacional, pois vi fotos raríssimas, da década de 30. No fim, ela me explicou que estava velha já, que não tinha filhos e que queria que eu levasse alguma coisa da casa dela. Expliquei pra ela minha falta de espaço na mochila e que meu movimento era de deixar coisas, não de adquirir. No fim, achei uma foto linda do meu avô Alberto na praia com uns 14 ou 15 anos junto ao avô dele, Ludovico, em Marina di Massa, em 1934. Linda foto, linda lembrança, só que infelizmente não fiz uma foto da foto. Mas fiquei triste, pois tive uma clara impressão de que seria a última vez que veria Marinella.

Marinella Ottolenghi, tia avo'

Deixei Roma com duas certezas: vou voltar e moraria aqui, fácil.

Bom, com dois vistos na mão peguei um trem pra Bari, na Puglia, e de lá um ferry de 9 horas pra Dubrovnik, na Croácia, onde não preciso de visto. E o barco tremia, e eu enchi a lata...
Mais novas desse novo planeta no próximo post.

Um comentário:

Pa disse...

Fe, abandona um pouco essa paixão pela Itália e vem pegar um friozinho aqui na terra da Rainha, to te esperando! Beijos, Paulinha