Mas como o trabalho era em Taormina, balneário turístico e de bacanas, há uma hora de Catania, não tava mais dando pra ir e voltar todo dia. Pra ajudar o trampo é das 21hs às 4hs ou mais, dependendo do movimento. E numa coincidência (ou não) trabalho num restaurante que vira balada à noite, chamado Casanova. Eu precisava de uma concha. E é exatamente sobre isso que esse post fala: o meu cafofo novo.
Ele uma pedra com um cachorro nervoso e eu um teto, com tudo conspirando contra
Os preços das coisas em Taormina são altíssimos, assim como a cidade, que fica em cima de uma pedra há 350m do nível do mar, e os custos de alojamento não poderiam ser diferentes. 400€ por mês pra começar a sorrir, num quartinho dos fundo, muquifoso. O que a galera faz? Vai morar em Giardini Naxos, balneário vizinho e mais em conta.
Tirei um dia e comecei a perguntar de casa em casa em Giardini se não sabiam de alguém que alugava um quarto... andei uns 10km, quem sabe até mais, naquela tarde. Conheci gente muito bacana e que tentou me ajudar muito, como o Sandro, antiquário mafiosão e sósia do Gerard Depardieu. Ou ainda a dona Concettina, do mercadinho, que me mandou procurar a Dona Carlota, que disse que não alugava mais quartos e mandou procurar o senhor Giardina rio acima. Subindo o rio dou de cara com um rebanho de cabras, rio.
Poxa, tamo do lado do mar, nunca imaginei cabras ao mar. Vejo dois cães brancos lindos, da raça Marimano (???) e um simpático pastor com um lenço vermelho na cabeça. Se chamava Salvatore, começamos a conversar, fiquei encantado com a figura. Deu um berro e chamou Giardina, um senhor com belos olhos claros e falar lento, mas muito atencioso. Disse que talvez em uns 8 dias me conseguisse algo, anotei o telefone. Mais papo.
Estava completamente desacreditado quando cheguei na frente da estação de trem de Taormina/Giardini. Parei olhei ao redor e vi um grupo de taxistas, me aproximei, achei o mais falante e indaguei sobre o leito/teto/qualquer-coisa-tio!. Não sabiam de nada, previsível, já que taxista aqui é uma raça meio morta e não tem metade do carisma e importância social do que no Brasil. Olhei do outro lado da rua e vi um prédio velho, bonitão, mas caindo aos pedaços, escrito “albergo” (que nada mais é do que hotel, em italiano). À primeira vista parecia desabitado, mas olhando melhor percebi um quarto com uns panos pendurados no teto. Fiquei uns 10 minutos parado ali na frente balbuciando um movimento.
Pensei a lógica dos adesivos dos mano da ZL e do mano Passoka: “Nasci pelado, careca e banguela, o que vier é lucro.”
Respirei fundo.Toquei a campainha.
(mais detalhes nos próximos posts...)
2 comentários:
Que viagem. Uma puta viagem. Abraço.
Curiosidade agora >.<
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