domingo, 8 de junho de 2008

Milão não merece um texto grande


Duomo, na primeira vez. Perdidos nos arredores, um colírio

Talvez merecesse só porque lá fui recebido com todo o carinho do mundo pelas primas Marcela e Carlinha e pelas outras companheiras de apertamento, Cris e Dai. Fiquei à vontade, tentando entender a Itália e morgando um montão durante 9 dias no piccolino apê da Viale Zara. O nome era fácil de lembrar, porque eu sempre gostei das roupas dessa marca, mas nunca entrei na loja de homens. E como se faz? Simples, usei por algum tempo uma maravilhosa camiseta de manga comprida do Dé, meu primo, esquecida/afanada em algum momento.


Será? Um dia talvez...


Bom, voltemos à Milão. A princípio eu curti. É uma cidade muito parecida com São Paulo, inclusive os milaneses e os paulistanos. Em alguns momentos, com o divertido (e parecido comigo) Matteo, namorado de Marcela, me sentia em Sampa indo para algum canto com os amigos. Logo na primeira noite lá, estive num ensaio da sua banda, The Flights, e me senti como num ensaio da minha antiga banda, há uns 10 anos, num bequinho na Vila Mariana, com Ju, Gê, Lucas, Dé, Pedro e Flora. Mas o nosso som era mais legal. Nunca fui chegado em sons estilo The Doors e Morissey, nem a bela percussão do Enrico (gente fina também) salvava. Não era ruim, mas não era minha cara. Valeu pela foto abaixo, do vocalista ½ boca Leo, que fiz no segundo show da banda que eu assisti nesses 9 dias.


Vocal ruim e foto meia doida

Tudo o pouco que existe turisticamente em Milão está em volta do Duomo. Ou seja, da Praça da Sé de Milão. A catedral é belíssima, famosíssima e incrivelmente decepcionante quando se entra dentro. Vale a pena mesmo é ficar fora, dar uma volta e viajar nas maravilhosas estátuas e gárgulas que ornam a fachada. A senhorinha se protegendo da luz é a preferida da Carlinha. Eu precisava de mais uns 90 dias pra achar uma predileta. Ah, quando estiver na praça, desvie dos africanos que ficam te oferecendo uma espécie de fitinha do Bonfim “de presente” e depois de dar os nós ficam te mendigando euros. Se você é só um pouco brasileiro, não cairá nesse conto do vigário.


Mamãe = filhinha; menininha figura de óculos escuros

Além do Duomo, e vizinho a ele, descansa a mais de 500 anos o castelo Sforzesco, que abriga um dos museus mais ajeitadinhos da viagem até agora e com certeza um dos mais baratos. Um eurinho pra ficar diante de belas criações de Michelangelo, peças romanas de vários “xis” antes de Cristo e pinturas de Caravaggio, é um custo benefício inimaginável para uma metrópole cara como Milão.

Eu amo Milano seria um exagero dizer. O custo da cidade deixa você meio puto e estressado, e o sorvete que deveria te desestressar um pouco, custou 3 euros e 2 minutos depois já está derretendo sobre seu dedo indicador. O preço das coisas parece querer fazer jus ao glamour, as marcas fashion e toda a coisa da moda. É uma bobagem, nunca vi tanta gente tão cafonamente (uso um advérbio brega pra me igualar) vestida por metro quadrado. Você pode até achar gatinho um cara usando uma camisa justinha ½ de lycra (nunca vi nada igual no Brasil), com uma calca de veludo (ou da Diesel mesmo), com um sapato que deve ter custado uns 2 meses de salário do cidadão e uma quantidade de gel no cabelo que a fábrica da Bozzano seria incapaz de produzir em um ano. Eu não acho. Alias, não sei por que, acho que nem eles mesmos se acham bonitos, porque estão SEMPRE de óculos escuros Ray Ban para escurecer o tamanho do ridículo. Sim, aqueles que foram moda no Brasil uns 2 anos atrás, mas que costumam ser genéricos vendidos na H&M (a boa e barata “Cê-iá” ldo hemisfério norte) por 15 euros.


Primashhh queridashhh; Carlinha


Celinha (e as calcinhas atrás)

Mas valeu pelo aprendizado, pelas conversas com as primas, pelas aulas praticas de italiano com Matteo, pelas voltas ao redor do Duomo, pela bela loja da Ferrari, pelo belo parque e o piquenique atrás do castelo, pelas baladinhas e novos drinks, pela caipirinha do Zé, no Rio’s, pela canjinha de Paralamas e Djavan no show do Raul, pelo bom humor das meninas, pelos risottos prontos, pelo omelete que eu acertei, pelos bilhetinhos malas da Dai pela casa, pela Cris pedindo minha opinião pra TUDO, como se eu fosse o Roberto Shinyashiki, pelo jogo da Juve na casa do Donato, pelas argumentos de como o Norte é melhor que o sul da Itália.

Valeu.
E tomara que o texto não esteja grande, para o título fazer sentido.

Um comentário:

Unknown disse...

Textinho grande apesar do título...Pareceu-me uma cidade bacana com misturas entre medievo e moderno(como a maior parte da Europa deve ser).Mas se Milão é cara, Paris seria um exagero(5 euros pela garrafinha de 300ml de água).